
Por Richard Geraldo Dias de Oliveira
Coordenador da Comissão do Meio Ambiente das OABs da Baixada Santista
Membro Efetivo da Comissão do Meio Ambiente da OAB/SP
Coordenador da Comissão do Meio Ambiente da OAB/SP junto ao IBAMA.
A novela do Complexo Industrial e Naval de Guarujá (CING) voltou com terminal Off-Shore da Petrobrás e Indústrias Naval. Lutamos tanto contra a idéia dos Terminais de Contêineres e estamos diante deste novo impasse Ambiental, contra a saúde da População e que poderá provocar mais um golpe para a qualidade de vida da Ilha de Santo Amaro com impactos em toda Baixada Santista. A Indústria Naval polui como chumbo, cromo, níquel e mercúrio, e substâncias orgânicas persistentes, especialmente TBT.
O chumbo, mercúrio, cromo e níquel são elementos químicos encontrados na natureza em proporções muito pequenas. Através de processos industriais, são concentrados e liberados para o meio ambiente em níveis não-naturais. A contaminação de animais e seres humanos ocorre principalmente com a ingestão de alimentos contaminados. Chumbo e mercúrio causam problemas no sistema nervoso central; o cromo é cancerígeno e o níquel causa problemas de pele. Estes elementos são inorgânicos, bioacumulativos e persistentes.
Tributyltina ou TBT é sigla de substâncias químicas artificialmente produzidas pelo homem, ou seja, não existem na natureza. É por isso que não há, nos seres vivos, reações químicas que permitam a degradação destas substâncias. Uma vez em organismos humanos, elas não podem ser destruídas, acumulam-se nos tecidos adiposos e atuam principalmente sobre o sistema hormonal. Podem, inclusive, causar diversos tipos de câncer no indivíduo adulto.
Tributyltina ou TBT ou Tributilestanho ou Trifenilestanho é considerado por cientistas como um dos mais venenosos produtos químicos que o homem criou. Utilizado contra deterioramento e como estabilizador em diversas aplicações industriais, a indústria naval, por exemplo, mistura a substância à tinta para navios e embarcações com o objetivo de evitar a ação de algas.
Alterações hormonais descobertas em ostras e outros animais marinhos, aliadas à morte em massa deles provocaram um movimento que fez com que a Organização Marítima Internacional (IMO) proibisse seu uso a partir de 2006.
A Organização Mundial de Saúde (WHO) recomenda um limite para o TBT, mas levou em conta para isso o poder venenoso do mesmo. O perigoso efeito hormonal, ativo já em pequeníssimas quantidades, era desconhecido até então. Com a catástrofe causada no mar, estudos aprofundados acusaram que o contato com Tributyltina provoca, além da ação tóxica, a masculinização das mulheres e nos homens destrói a fertilidade.Um dos principais efeitos do uso de tais substâncias é o envenenamento do sistema biológico, principalmente de moluscos e ostras, originando mutações e condenando espécies à extinção.
No Brasil no entanto o uso do veneno não possui nenhuma restrição legal no país, sendo seu poder nocivo desconhecido por muitos.
Outro problema sério e o de veículos pesados que ira acontecer junto a área do entorno do CING, sem falar nas interseções pelos Bairros. O entorno da Av. Caiçara é formado por mangues aterrados, ou seja, um terreno instável e com a presença constante de caminhões de carga, poderá provocar em muitas casas rachaduras estruturais.
Pela própria estrutura da contaminação de indústria de siderurgia seja como base Off-Shore para Petrobrás ou indústria naval afetara gravemente todo ecossistema local, inclusive a indústria pesqueira e o turismo. Tirar o Terminal de Contêineres e permitir indústria naval ou siderurgia naquela região é trocar seis por meia dúzia.
A única solução viável para área do CING é uma vocação turística, terminal de passageiros, marinas, “resort”, centro de convenções etc. O Turismo gera muitos empregos, se for feito adequadamente e planejamento não afetara o meio ambiente pelo contrario recuperara áreas degradadas e o Meio Ambiente e a saúde da população agradece.
* Portanto amigos, recomendamos mais cautela principalmente a Prefeita Antonieta de Brito que em diversas aparições na TV e entrevistas a Jornais está destacando a instalação da Petrobrás no Guarujá como a 8a. Maravilha do Mundo, e todos sabemos que a maioria das empresas, entendam-se Marinas, não estão totalmente regulares perante ao IBAMA, que infelizmente faz o que pode.
Existem muitos atrativos para retomar o Guarujá a potência turistica que sempre foi, nenhum político ainda aproveitou o encurtamento da descida de São Paulo com a nova pista da imigrantes, não existem eventos culturais de porte no Guarujá, aliás não temos nem mesmo Secretário de Turismo.
Nos entristece ver cidades muito menores, com menos potencial turistico, receber milhões de reais de patrocinadores privados e ver a nossa realidade, uma cidade turistica que era conhecida como Pérola do Atlaântico abandonada, esperando ansiosa como uma criança no Natal a vinda de uma empresa Petrolífera para revolucionar uma cidade com plena vocação turistica, que dificilmente irá transformar-se em um Polo Naval, até devido a infraestrutura urbana.
Acordem políticos mediocres, trabalhem, pensem, aproximem-se de pessoas competentes e parem de agir como políticos ou seja, deixem de ser oportunistas de primeira hora......
* Notas pessoais e Titulo postado pelo administrador do Blog não fazem parte da excelente matéria publicada, obra do Dr. Richard Geraldo Dias de Oliveira.
É realmente triste a situação da "Pérola do Atlâncico" por conta dessa ambição, Tanta riqueza que essa ilha possui, e ver tudo sendo explorado de maneira errada.
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