domingo, 12 de abril de 2009

Conheça um pouco mais do "polêmico" Augusto Capodicasa.....


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AUGUSTO CAPODICASA, UM APRESENTADOR VERDADEIRO E POLÊMICO......
Publicado no Jornal Vicentino - www.jornalvicentino.com.br

Ação e Reação. O nome de seu programa de televisão também define parte da sua personalidade. Sempre autêntico e algumas vezes até polêmico, Augusto Capodicasa, possui um comportamento até impulsivo. Engajado nas questões políticas e nos direitos da região, o apresentador debate todas as questões importantes para a Baixada Santista em seu programa, além de tratar de outras questões fundamentais, como saúde e espiritualidade.

Autenticidade - Essa é a principal característica do apresentador do Programa Ação e Reação, da TV Santa Cecília, Augusto Capodicasa. Detentor de personalidade forte, o apresentador fala o que pensa, mesmo que isso custe uma amizade, e se auto denomina “um cabeça dura de coração bom”.

Apresentador há mais de oito anos, Capodicasa faz da sua espontaniedade e facilidade de lidar com as palavras a maior ferramenta para executar sua função no Ação e Reação. Sempre defendendo o que acha certo, muitas vezes é tido como briguento, mas na realidade, ele poderia ser chamado de “advogado” da sociedade e até mesmo, em casos isolados, das pessoas que se inibem ao defender seus direitos.

Idealizador, diretor e apresentador do Ação e Reação, Augusto descreve em entrevista ao JV como foi a criação do programa; conta as histórias de sua infância, quando já mostrava sua personalidade forte e independente; comenta a situação das emissoras de TV, na constante busca pelo Ibope; e faz uma análise política da atual situação no País e região.

Jornal Vicentino - Onde você nasceu e como foi a sua infância?
Augusto Capodicasa -
Nasci na Casa de Saúde de Santos. Mudei cedo para São Paulo. Com 9 anos fui morar em São Paulo e fiquei lá por pouco menos de 10 anos. Voltei para Santos e fiquei aqui até 92 ou 93. Depois voltei novamente quando vim fazer o programa (Ação e Reação) aqui. Minha infância foi tranquila. Meu pai sempre foi um cara trabalhador e nunca faltou nada em casa, sempre tive uma boa qualidade de vida. Graças a Deus meus pais sempre trabalharam muito para isso. Minha mãe costurava, meu pai era publicitário, e a infância foi sem luxos, mas sem nenhuma necessidade. Tenho uma irmã, que tem 36 anos e tem Sindrome de Dawn. É uma pessoa ativa e acho que foi uma coisa importante dentro da nossa casa. Apesar das diferenças que existem, sempre existiu um tratamento muito igual, uma relação sempre igualitária. Me lembro poucas coisas da infância, apenas algumas passagens, de coisas de criança mesmo. A mudança para São Paulo que marcou mais.

Jornal Vicentino - Porque a mudança para São Paulo foi tão marcante na sua história?
Augusto Capodicasa - São Paulo tem uma caracteristica. Você descobre a vida. Minha mudança foi traumática, mas chegando lá foi um crescimento. Tenho inclusive uma passagem curiosa. No meu primeiro dia de aula em São Paulo, na segunda ou terceira série, minha mãe foi me levar ao colégio. Quando deu o horário da saída, minha mãe havia se atrasado, porque nem ela conhecia direito a Cidade, e eu me lembrava do caminho de ida e o nome da rua, e eu vim sozinho, com 9 ou 10 anos, e isso na minha casa foi um desespero, aquele negócio, imagina. Isso foi um ponto importante, foi o começo da minha personalidade de ser determinado, de não esperar, de ir atrás. É uma coisa simples mas que mostra. Ai cresci em São Paulo até mais ou menos uns 16 anos.

Jornal Vicentino - Após descobrir a vida em São Paulo, você voltou para Santos ainda na fase escolar. Como foi essa volta?
Augusto Capodicasa - Quando voltei para Santos, fui estudar primeiro no Luiza Macuco, que era um colégio estadual, e depois uma tia que era professora conseguiu uma bolsa no Owsvaldo Cruz. Não estava acostumado com aquilo, pois em colégio particular, principalmente no passado, eram pessoas diferentes, na verdade não pessoas, mas realidades diferentes. Então vindo para cá tive minhas dificuldades, como qualquer adolescente.

Jornal Vicentino - Seu pai era publicitário. Ele influênciou o início da sua carreira profissional?
Augusto Capodicasa - Sempre acompanhei meu pai na área de publicidade, ele trabalhava em agências e eu o acompanhava. Meu pai trabalhou muitos anos em uma agência, aqui em Santos, que foi a grande top da região, a Hugo Paiva Publicidade. Essa agência teve grandes contas, foi a primeira de Santos, e até do Estado, foi um inovador. Sempre estava atrelado com meu pai, mas em um determinado momento houve um rompimento e fui trabalhar na Hugo Paiva como contato comercial. Em 1988 eu desenvolvi uma idéia com meu pai, que eram painéis publicitários em cima de bancas de jornais, chamados mini outdoors, e montamos essa empresa e trabalhamos até 93. Nesse ano o País estava em uma situação difícil e eu fui abrir outros mercados. Em 98 aconteceu uma coisa muito curiosa. Sou uma pessoa muito religiosa, creio muito em Deus, tenho fé nas minhas orações. E, a religião está intimamente ligado com sexto sentido, intuição. A pessoa que ora, conversa com Deus, ela houve também, não só fala, mas acaba ouvindo, e aconteceu algo interessante. Sempre fui apaixonado por televisão, sempre gostei muito de ver, era um telespectador aguerrido, mas nunca tinha me imaginado trabalhando em televisão. No final de 97, em dezembro, eu tinha voltado de São Paulo e não queria mais trabalhar lá. Estava cansado da rotina e vim para Santos, onde passei um mês de férias e encontrei o Fausto José, que já conhecia de outros locais, como rádio, na época jé era um jornalista muito conceituado, e a gente conversando ele me falou que trabalhava na Santa Cecília TV. Cheguei em casa e fui ver a TV, vi o Armando Gomes, alguns programas, estava começando, a emissora tinha pouco tempo. E deu um estalo, fui dormir e no dia seguinte acordei e falei que ia fazer um programa de televisão.

Jornal Vicentino - Como foi a idéia do programa?
Augusto Capodicasa
- Ai a coisa ficou meio nebulosa. Como surgiu o Ação e Reação eu não sei. Tem um livro espírita chamado Ação e Reação, mas não me recordo de ter usado o nome por causa do livro. Não tem isso. Já acordei com o nome do programa, com a idéia das pessoas participando, interagindo, e nisso eu estava acompanhando o que faltava na televisão regional, é uma coisa muito curiosa. Todo mundo fazia o programa sentado, e esse foi um diferencial. Quando apresentei o projeto eu fazia ele em pé. E foi engraçado porque trouxe o projeto na Santa Cecília, entreguei para o superintendente, na época o professor Albertino, que está aqui até hoje. O Albertino falou que ia estudar e entrava em contato, mas eu fiz aquilo tão displicentemente, talvez nunca imaginando que fosse trabalhar em televisão, e o tempo foi passando, passou um mês e resolvi ligar, e o Albertino pediu para ir até a emissora. Cheguei lé e ele falou: ‘Pô rapaz, você sumiu’ e eu falei não, estava esperando o senhor ligar, mas o papel que eu deixei não tinha meu telefone. Fiz com tanta pressa que não coloquei o telefone. O Albertino tem uma característica interessante, pois trabalhou em muitas emissoras, e conversando comigo ele percebeu que eu teria potencial para apresentar um programa. Então, no dia 21 de abril estreei ao vivo já, só o primeiro programa foi gravado.Viemos com as novidades, debates, a participação ao vivo e o apresentador em pé, que só havia em programas nacionais. Queria um programa dinâmico e foi sendo criado, aprimorando a idéia. Em oito anos de programa muita coisa muda, hoje está mais político, mas mesmo assim continua tendo astrólogo, tem um dia de assunto médico. Diria que é o programa ônibus, entra a senhora, o senhor, o jovem, o meia-idade, o trabalhador, é variado.

Jornal Vicentino - Além do programa de TV, você teve uma coluna no jornal Diário do Litoral. Porque você não seguiu com a coluna?
Augusto Capodicasa -
Tive a coluna diária quase um ano, mas não eram artigos, eram notícias dos bastidores. Quando o Sérgio (proprietário) me convidou, ele abriu um espaço importantíssimo, a gente começou a fazer um trabalho onde falava dos bastidores políticos, empresarial, social, mas sempre com o lance da questão política. Só que isso demanda um tempo muito grande, e eu, antes de ser um colunista, sou um apresentador de televisão, sou apaixonado pelo meu programa, e se despendia um tempo muito grande e tive que fazer uma opção. Gostaria de voltar quando houver a possibilidade.

Jornal Vicentino - Sua personalidade forte pode ser notada até mesmo durante a apresentação do programa. Como é seu temperamento?
Augusto Capodicasa - Outro dia encontrei um amigo e ele falou. - Pô! Você é a mesma coisa que você era. Briguento, sempre arrumando confusão e defendendo causa dos outros - e é verdade. Sempre fui assim, “advogado” das pessoas. Meu pai esteve na UTI no Hospital Beneficiência Portuguesa esses dias, e eu estava esperando para ve-lô.
Tinha uma placa, que vai ai uma crítica a administração do hospital, que não deixava claro a quantidade de pessoas que podiam entrar, se uma ou duas. Eu e outras pessoas achamos que eram duas pessoas ao mesmo tempo, mas uma tinha que sair para outra entrar. Teve uma senhora que estava aguardando para visitar o marido, que estava em coma, e na hora que ela foi entrar já tinha um visitante lá, ela foi impedida de entrar e ninguém sabia quem estava visitando. Eu virei para ela e falei: ‘Olha! Acho que você tinha que brigar pelo seu direito’. O visitante que estava lá dentro era um senhor, que nem conhecia o paciente. Depois de alguma discussão ela conseguiu entrar. Ai que está esse temperamento. Não conhecia a mulher, não conhecia o cara, estava ali apenas para ver meu pai mas… Essa relação, a gente vai se aprimorando, já fui mais briguento. As pessoas no Brasil tem medo de brigar. É meu jeito mesmo.

Jornal Vicentino - Como é o assédio e o contato com os telespectadores?
Augusto Capodicasa
- Uma coisa é você ser assistido por você, outra coisa é você ser assistido porque está dentro de um todo. A Rede Globo hoje você assiste porque tem toda uma programação, o cara pode ser bonito, feio, tem um antes, um durante e um depois. Quando eu comecei, meu programa era das 14h30 às 15h, então antes tinha uns desenhos animados e depois era o Sítio do Pica Pau Amarelo. Tinha que ir buscar o cara no laço. O Armando é a mesma coisa. Ele tem a concorrência de várias emissoras, mas ele tem o público dele sempre crescente. As pessoas assistem pelo apresentador e isso é muito significante. As pessoas me param na rua e dizem, olha, você tem razão naquele assunto, e isso é o maior prazer. Tem cidades que é mais caloroso. Praia Grande, Mongaguá, São Vicente, a áre continental, o Guarujá, puxa quando vou nesses lugares é uma satisfação muito grande. Isso é muito legal. O grande prazer é o reconhecimento, fazer um programa que você está atendendo as pessoas. Logicamente tem muita gente que não gosta de mim, muita gente que não me assite. Sempre tive um perfil de dizer o que penso, tenho uma posição de ser franco. Quando eu erro, uma vez rasguei um fax da Deputada Federal Telma de Souza, no ímpeto, para fazer uma crítica, errei. Tinha que respeitar porque ela é uma Deputada Federal, respeitar as mais de 160 mil pessoas que votaram e acreditaram nela. No dia seguinte pedi desculpas, falei que não era a maneira de tratar. Tem que ser franco sempre, até nos erros. Essa linha é o que sempre tentei seguir.

Jornal Vicentino - Qual sua opinião sobre a utilização do Ibope na briga pela audiência?
Augusto Capodicasa - Acho que isso que levou a televisão para o lixo. O Faustão e o Gugu já tiveram problemas. Em alguns programas eles estavam com convidados e a audiência baixou e foi aquele, sai, sai e entra o outro. Imagina você ser convidado, você estar fazendo um programa, ambos, o apresentador e quem apresenta. O cara tem que ter um olho no programa e um olho no IBOPE. O Silvio Santos tomou uma atitude muito correta quando proibiu, hoje nenhum programa da emissora é feito com IBOPE online. Até porque cada cidade tem uma caracteristica, cada cidade tem uma realidade, cada cidade tem uma vida. O IBOPE é feito em São Paulo, mas o cara que mora em Fortaleza não é consultado e tem programas regionais lá que batem a Globo. Tenho certeza que tem programas aqui na casa que estão ali no IBOPE com outras emissoras de maior poderio, com uma cobertura mais ampla e atrações, como novelas e jornalismo nacional que puxam telespectadores. Agora, existem as pesquisas encomendadas que dão noção da realidade naquele momento. Isso acho importante para nortear. Agora medir para falar, olha precisa audiência, precisa audiência, precisa audiência, isso que levou a televisão para onde está. Um exemplo é o programa do João Kleber que era um dos programas de maior audiência na RedeTV. O programa tirou a emissora do ar e quase fez perder a concessão.

Jornal Vicentino - Como você analisa o atual cenário político do País?
Augusto Capodicasa - O PSDB esta perdendo um tempo precioso. A análise que a gente deve fazer é a seguinte. O eleitor ainda está sendo tratado como ignorante, e pode ser que em alguns pontos do País ainda haja esse desconhecimento do dia-a-dia. Você vê o Lula viajando, trabalhando, ele está na campanha e diz que não. Você vê o filho dele recebendo patrocínios vultuosos. Você vê os ministros envolvidos e ele diz que não sabia de nada. Isso é chamar o eleitor de ignorante. Acho que houve um exagero, pois o PT cometeu exageros como partido. Me lembro que logo que o Lula assumiu, o que mais se falava é que o PT iria ser o partido mais rico, porque tinha o dízimo e aquela coisa toda. Tenha certeza que grandes nomes que fizeram o PT, saíram por não concordar com isso, outros ainda se mantém. Quero citar a vereadora Cassandra Marone, a qual tenho grande respeito, que é uma vereadora do PT e é uma pessoa séria. Todas as vezes que sai uma notícia de corrupção comprovada, deve magoá-la. Na minha família, minha esposa, minha sogra, sempre foram pessoas não militantes, mas que tinham o PT como pensamento, e essas pessoas sérias tem que ser valorizadas, mas a cúpula do PT errou muito. Isso vai refletir em uma campanha que vai ser difícil arrecadar dinheiro, vai ser uma campanha muito de sola de sapato, de muita saliva conversando, porque quem chegar com muita camiseta, boton, adesivo, já vai ter aquela coisa de mensalão. Particularmente acho que o Alckmin deveria ser o candidato, já que ele quer e está em final de mandato e o Serra está em começo de mandato. O Alckmin já mostrou que tem capacidade.

Jornal Vicentino - Quanto a situação da região. Como será a próxima eleição para a região?
Augusto Capodicasa - Vamos ter muitas dificuldades. Temos a Mariangela Duarte, que assumiu denovo, com suas lutas; a Telma de Souza que tem seu eleitorado forte, e o Cascione que tem o seu estilo e que deve ser respeitado. É uma pessoa conhecedora das leis, um homem que as pessoas não imaginam a contribuição que ele dá na Comissão de Justiça. Outros nomes vão surgir. Tem o Raul Cristiano, tem outros nomes, como Paulo Correia, o próprio Márcio França. Tem até uma questão interessante. Teve um vereador no Guarujá que era candidato a reeleição e juntou os cabos eleitorais e falou. Olha pessoal, estou eleito já. Vou ter uns cinco mil votos, já to dentro. Vamos trabalhar para eleger dois pelo partido para ter força na Câmara. O cara não se elegeu e o outro se elegeu. Então, essa coisa do já ganhei é complicado. Gosto muito do Márcio, acho ele o grande político da nossa região, temos que dar a mão a palmatória, principalmente porque São Vicente tem muitas dificuldades, orçamento menor, ficou muito tempo abandonada. As pessoas tão nessa de o Márcio já está eleito, e isso é perigoso. Acho que ele está trabalhando para combater isso. Eu queria que a Baixada tivesse não três deputados federais, mas pelo menos seis. Vai ser uma briga difícil e é dificil prever. São Vicente e Guarujá devem fazer pelo menos um estadual. Santos deve fazer alguns também. Vamos torcer para a região fazer alguns.

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