terça-feira, 26 de maio de 2009

Guarujá pode ter primeiro Parque Arqueológico...

Guarujá pode ter primeiro Parque Arqueológico de São Paulo

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) começou um trabalho de pesquisa na Serra do Guararu, no Guarujá, litoral paulista. Arqueólogos vão escavar o entorno das ruínas da Armação das Baleias, em busca de relíquias arqueológicas. O local abriga ainda a Ermida do Guaibê e Forte São Luiz, às margens do canal de Bertioga. É o primeiro passo para a criação de um parque arqueológico, que seria o primeiro do Estado.

Os pesquisadores descobriram a localização de uma galeria subterrânea, a qual já se conhecia a existência. De acordo com o arquiteto do Iphan, Victor Hugo Mori, são grandes cloacas (espécie de tubulação de esgoto), possivelmente usadas para escoar detritos das baleias dissecadas. "Têm cerca de 1,30 metro de altura. Dá para uma criança ficar de pé". Ele estima que os estudos no local durem de cinco a seis meses.

A armação das baleias foi a primeira indústria brasileira de extração e processamento de óleo de baleias, material que era usado na iluminação pública, calafetação de embarcações e na construção civil. O prédio foi erguido em 1748 e funcionou até por volta de 1825. Foi nesta época que, também, surgiu a Ermida do Guaibê, uma capela do estabelecimento, segundo Mori.

Arqueólogo diretor do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas (Cepa) autorizado pelo Iphan a pesquisar no local, Manoel Gonzalez, também professor de Arqueologia e Etnologia da USP, revelou que não serão realizadas apenas escavações, mas também pesquisas subaquáticas.

A ideia é analisar o fundo do mar daquela enseada em busca de vestígios da antiga rampa, ossada de baleias, instrumentos e ferramentas utilizadas para processá-las e até vestígios de embarcações que tenham naufragado ali. "Queremos saber, também, o caminho que as cloacas percorrem no subterrâneo".

Victor Hugo Mori disse que é na água que provavelmente estão as partes mais preservadas da história. "Ao longo dos séculos, muita coisa deve ter sido jogada no mar como lixo. E dentro d'água é mais fácil preservar porque ninguém mexe". Gonzalez explicou que as buscas serão feitas por dois mergulhadores especializados.

Quando a área estiver devidamente mapeada e identificada, será possível criar um parque arqueológico. O arquiteto ressaltou que o parque poderá ter atrativos como área de lazer, restaurante, bar e museu.

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