
A água é a principal fonte de vida do planeta. Ela é a responsável pela sobrevivência das espécies e pelo equilíbrio da biodiversidade. Não é à toa que 70% da superfície da terra é coberta por ela. Porém, há algumas décadas a água deixou de ser um patrimônio natural e transformou-se em um recurso econômico, fonte de lucro e razão de conflitos.
O direito a água é uma questão de cidadania. Se considerarmos a importância desse bem para a manutenção da vida, jamais podemos admitir que o mesmo, seja tratado como produto e ferramenta de poder no mundo capitalista. Mas, é esse mundo consumista que vira as costas para o direito a vida e trata de mercantilizar tudo e a todos e todas. Nesse sentindo, encontramos uma série de circunstâncias, que fazem com que a escassez de água seja uma das principais ameaças ao futuro da humanidade. Apenas 3% da água presente em todo mundo é própria para o consumo. Todo o restante é salgado demais. Nesse universo, apenas 1,1 bilhão da população mundial, tem acesso a água potável, segundo dados da Organização das Nações Unidas – ONU.
No Brasil, tem também têm suas particularidades quanto à problemática do acesso a água. Em nosso país, em pleno século 21, pouco mais da metade da população tem acesso a água potável. Aqui, ainda que se encontre 12% de toda a água do planeta, a distribuição desigual faz com que nem todas e todos tenham acesso a esse bem precioso. O consumo insustentável, a poluição industrial e doméstica e as mudanças climáticas, segundo estimativas, devem fazer com que quase 2 bilhões de pessoas até 2025, sofram com a total escassez de água. Os dados chamam a atenção para a necessidade de se ver a água como um direito e mais do que nunca um bem escasso e que precisa de muito cuidado. Democratizar a água é ainda mais urgente
Diferente do que muitos pensam a desigualdade na distribuição da água e o equívoco na concepção política por parte de representações do poder público, na verdade são as principais causas das “históricas”. Aqui chove sim, e tem água, mas, ou estão guardadas em imensas represas com acesso restrito, ou, voltam para o mar, por não haver onde guardar, de modo que, especialmente as populações rurais tenham acesso a esse recurso no período em que não chove.
No mês em que se comemoram mais um Dia Mundial da Água, a realidade é que para que a água se torne democrática, antes de tudo, ela dever ser vista como um direito humano fundamental, sem o qual é impossível viver plenamente, tampouco exercer a cidadania.
O novo golpe: Os hidrômetros da Sabesp
Por Luiz Eduardo Brandão
Reunião de condomínio ontem à noite. O representante da imobiliária disse (com palavras mais diplomáticas, claro) que a Sabesp — leia-se, Serra — estava montando um belo golpe contra os moradores de condomínios.
É o seguinte. Uma nova lei obriga, há 3 anos, a instalação de hidrômetros individuais, um para cada unidade. As novas construções já obedecem a essa bem-vinda norma. Assim, cada condômino paga a água que gasta, sem ratear seus excessos ou descuidos com os outros moradores. Logo, todos cuidarão de economizar a água que escasseia.
O golpe da Sabesp é o seguinte: obrigar que todos os edifícios de SP adotem o registro de consumo por unidade, e essa obra só pode ser feita por um punhado de empresas autorizadas pela Sabesp.
Moral: custo da instalação por coluna imposto pelo monopólio das empresas conveniadas: em torno de R$ 900 coluna (nossos apartamentos, o prédio tem quase 40 anos, têm 6 colunas cada = R$ 5.400).
Custo se a obra for feita por uma das empresas de engenharia hidráulicas com competência de sobra para fazer a instalação relativamente simples: cerca de R$ 300,00/coluna. Um terço mais barato. Com a quantidade de edifícios de mais de 3 anos que existem em SP, dá para ter uma idéia do tamanho da fortuna.
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