SAÚDE EM GUARUJÁ - BASTA DE MORTES!
ALGUÉM TEM QUE IR PARA CADEIA, COMEÇANDO PELOS MENTIROSOS!
Após ser diagnosticado com inflamação na coluna, zelador morre de ataque cardíaco
Simone Queirós - A Tribuna DigitalUma tragédia anunciada. Assim pode ser descrita a morte do zelador Manoel Domingues dos Santos, de 69 anos, nesta madrugada, em Guarujá. Apesar de ter chegado ao Hospital Santo Amaro (HSA) com princípio de enfarto por volta das 19 horas de ontem, ele foi liberado com diagnóstico de inflamação na coluna às 23 horas.
Só que, cerca de três horas depois, o trabalhador morreu com um ataque cardíaco após esperar mais de meia hora por uma ambulância. E o pior: a duas quadras do PAM Rodoviária, onde a informação era de que não havia ambulância naquele momento.
A história
Por volta das 18 horas Manoel ligou para uma das duas filhas informando que estava sentindo-se mal. Apesar da idade, ele mantinha uma rotina ativa e trabalhava diariamente em um prédio em Pitangueiras. Só que naquele momento estava pálido, com dores na cabeça, peito, falta de ar e com os músculos atrofiados.
Foi levado a um ambulatório particular, o Medical Care, e fez alguns exames. O eletrocardiograma acusou princípio de enfarto e ele foi medicado e encaminhado ao Hospital Santo Amaro com pedido de exame de enzimas fundamental para diagnosticar o enfarto do miocárdio.
Porém, mesmo depois de ver o pedido da Medical Care e o eletro, o médico fez outros exames, entre eles um raio-x das costas, e concluiu que se tratava de uma inflamação na coluna. Por isso, não realizou o exame de enzimas. Manoel foi liberado com anti-inflamatórios.
Ambulância
Mas continuou sentindo-se mal. Já em casa, ao levantar-se da cama, Manoel sentiu o que pareceu ser uma forte dor no peito e caiu, cortando a testa. Começou então outra saga: conseguir a ambulância.
Às vésperas da chegada de milhares de pessoas à Cidade, ele esperou mais de 30 minutos pelo veículo. O primeiro telefonema foi feito para o 193, que não concluía a ligação. Depois para o 192, que só dava ocupado.
Por fim, o SOS Cidadão (153), que atendeu prontamente e por meio do qual foram passadas instruções para a massagem cardíaca o que foi feito pelos familiares desde o momento da ligação, às 2h09, até a chegada da ambulância, mais de meia hora depois.
Neste meio tempo, a família procurou socorro no PAM Rodoviária, que fica a duas quadras da residência. A resposta foi de que não havia ambulância e que nada podia ser feito. Quando o veículo chegou à casa de Manoel, o motorista informou que só havia uma ambulância de serviço em Guarujá.
"A vida dele poderia ter sido poupada de inúmeras formas. Era para ele estar aqui com a gente hoje. Perdi um pai, um amigo. Nunca imaginei que fosse acontecer uma coisa dessas com a gente", lamentou Andrea Alberto Santos Ferraz, filha de Manoel.
Alexsander Ferraz, genro que morava junto com Manoel, afirma que tinha o sogro como um pai e o viu morrer praticamente em suas mãos. "Resumo tudo isso em uma única palavra: despreparo".
Hospital analisa o caso e Prefeitura Explica
O Hospital Santo Amaro informou que o caso foi encaminhado para a Comissão de Óbito da instituição, que pode constatar se houve imperícia. Se confirmada, a situação será encaminhada à Comissão de Ética Médica e, posteriormente, ao Conselho Regional de Medicina.
Já a Prefeitura disse que a informação concedida pelo motorista sobre a quantidade de ambulâncias disponíveis na Cidade foi equivocada. De acordo com a Gerência de Urgência e Emergência, da Secretaria da Saúde, nove ambulâncias atuam na Cidade. Sete nas Unidades de Pronto-Atendimento e duas no serviço de Remoção.
Mas o fato é que apesar de morar perto do posto médico, a ambulância levou 40 minutos para chegar.
Promessa
Segundo a Prefeitura, o número de ambulâncias vai aumentar durante a temporada. Duas ambulâncias estão sendo consertadas e, em breve, serão disponibilizadas à população.
O número de profissionais na Saúde também aumentará. Já estão em processo de contratação sete profissionais na área médica (socorristas e traumatologistas) e dois técnicos em gesso.
As Unidades de ProntoAtendimento recebem, em média, 1.500 pessoas por dia. A assessoria diz não ter como mensurar de quanto será o aumento de atendimentos em relação ao serviço comum. O número varia de acordo com o fluxo de turistas na Cidade.
O 153 usado pela família para pedir socorro é o número da Guarda Municipal que não possui ambulância. O 193 é o telefone do Resgate do Corpo de Bombeiros, sendo este, neste momento, interligado com o 192, que é o telefoneda Central de Atendimento Móvel de Urgência da Prefeitura.
A assessoria diz não ter como estimar o tempo médio de atendimento, porque isso depende de vários fatores. O SAMU está sendo implantado na Cidade e funcionará no primeiro semestre de 2011.
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