LULA "O GRANDE MENTIROSO"
GOVERNO LULA LIVRA BRASIL DA DÍVIDA EXTERNA, É A GRANDE MENTIRA DO PAÍS!
Setor Externo
NOTA PARA A IMPRENSA - 23.3.2012
Reservas internacionais
As reservas internacionais somaram US$356,3 bilhões em fevereiro, aumento de US$1,3 bilhão em relação ao estoque de janeiro.
No mês, a autoridade monetária adquiriu US$842 milhões em operações à vista no mercado doméstico de câmbio. A receita de remuneração das reservas totalizou US$379 milhões, enquanto as demais operações externas, relacionadas principalmente a variações de preços e de paridades, elevaram o estoque em US$33 milhões.
Dívida externa
A posição estimada da dívida externa total em fevereiro totalizou US$301,1 bilhões, elevação de US$2,9 bilhões em relação ao montante apurado para dezembro de 2011. A dívida de longo prazo alcançou US$262,1 bilhões, aumento de US$4,1 bilhões, enquanto a de curto prazo atingiu US$39 bilhões, retração de US$1,2 bilhão, no período comparativo.
Dentre os fatores de variação da dívida externa de longo prazo destacaram-se as captações líquidas de empréstimos tomados pelo setor não financeiro, US$1,1 bilhão; empréstimos tomados por bancos, US$951 milhões; e títulos emitidos por bancos, US$687 milhões. A variação por paridades elevou o estoque em US$1,3 bilhão.
A retração da dívida externa de curto prazo decorreu de amortizações líquidas de empréstimos tomados por bancos, US$656 milhões; e de empréstimos tomados pelo setor não financeiro, US$463 milhões.
"O GRANDE MENTIROSO"
Ontem, comentando a notícia sobre o fim da dívida externa (As reservas superam o montante da dívida externa, tanto pública como privada, zerando virtualmente a dívida externa), errei quando disse que não seria manchete dos jornais hoje. Foi manchete sim, contrariamente ao que eu afirmei. Pensei que a mídia evitaria chamar a atenção para um fato que tem um valor imenso e que reforça os acertos do governo Lula. Me enganei e hoje todos os jornais comportam o tema com manchete de capa.
Mas se a notícia não foi escamoteada, o conteúdo dos artigos mostra que minha inquietude não era vã. Os principais jornais evitam dizer claramente o que esta aqui no título: Governo Lula acabou com a dívida externa brasileira.
Não que o processo de redução do endividamento externo tenha começado só em 2003. Porém foi uma decisão do presidente Lula pagar anticipadamente o empréstimo que FHC tinha feito com o FMI em 2002 e também de aumentar as reservas do Banco Central comprando dólares, assim como de assegurar um superavit primário consistente. Como reconhece Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV) e ex-presidente do BC, “o fim da dívida externa brasileira servirá de atalho para o grau de investimento. Para ele, a “política acertada” de composição de reservas nos últimos anos foi essencial: — O Brasil será o segundo país emergente do mundo, atrás só da China, a continuar atraindo investimento de longo prazo com força, mesmo com a crise financeira.” (O Globo).
Já em outra matéria, vejam como O Globo apresenta esta vitória do governo Lula: “A dívida externa foi solucionada com o pragmatismo e a ortodoxia usados no combate à inflação. A bandeira contra a dívida externa ficou para trás. E o fato é celebrado justamente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente que um dia foi líder sindical e que bradou contra a dívida externa a ponto de o seu partido ter proposto auditoria, moratória e até plebiscito para saber se o país deveria, ou não, pagá-la.
Nenhuma medida radical foi tomada. Não houve mágica.
Houve, sim, um longo caminho de renegociações, troca de títulos e, mais recentemente, de grande acumulação de reservas internacionais, com a compra oportunista pelo Banco Central de dólares que se espalhavam em abundância pelo mercado brasileiro, com o avanço das exportações. Inchavase as reservas e impedisse a queda exagerada do dólar. Tudo isso permitiu, sem heterodoxia e sem passe de mágica, espantar o fantasma do endividamento.
Quase duzentos anos depois, os sustos com as idas periódicas do país ao Fundo Monetário Internacional (FMI) sumiram. No lugar, apareceu um Brasil que foi, sim, ao FMI no fim de 2005, mas para antecipar o pagamento de sua dívida de US$ 15 bilhões, contraída meses antes de o presidente Lula assumir a condução do país.” (O Globo, “O fantasma não assusta mais”).
O fato é celebrado, como por acaso, durante o governo Lula, mas o mérito não é dele. A dívida com o FMI parece que foi ele que fez e não FHC e o PSDB-PFL.
Nenhuma menção é feita a “Carta ao povo Brasileiro” que norteu a campanha eleitoral que levou Lula à presidência em 2002. Nenhuma menção é feita ao fato que o conjunto das privatizações realizadas durante o governo FHC não reduziram em quase nada nosso endividamento externo. Nada é dito sobre o fato que a sobre-valorização do real provocou uma situação de agravamento da economia nacional e que a dívida externa atingiu seu pico em 1999-2000, com FHC. Nada, enfim, sobre o fato que as crises que tinham o Brasil como epicentro, obrigando a recorrer ao FMI para evitar à quebra do país, eram produto de uma política liberal-tucana e do grau do endividamento. Que o seu correlato foi o maior aumento da carga tributária do Brasil desde o começo de sua história econômica.
Os fato são estes: No final de 2002, as reservas do Brasil estavam em US$ 16,3 bilhões, e a dívida externa líquida era de US$ 165 bilhões. Hoje o Brasil têm uma “folga” de US$ 4 bi, ou seja a dívida externa está virtualmente zerada.
Não tem um jornal que mencione que tudo isto foi realizado sem privatizações, sem sacrificar o emprego e a renda do trabalhador, sem hipotecar o crescimento econômico e sem exaurir a riqueza nacional. Não tem um jornal que diga, ao mesmo tempo, que isto custou caro ao país. Que o dinheiro que foi utilizado para conseguir esta vitória faltou para infra-estrutra, para educação, para saúde e para segurança.
É bom lembrar que Lula honrou os compromissos do Brasil e pagou o que os outros contraíram: uma das maiores dívidas externas do planeta, constituída pela combinação de endividamento irresponsável desde a época da ditadura com juros internacionais flutuantes, manipulados em função dos interesses da política do FED norte-americano.
Em lugar disto, vemos muitas referências irônicas ao radicalismo do PT que nos anos 80 pregava a suspensão do pagamento e a auditoria da dívida. Mas muito pouco, ou nada, sobre os 8 anos do governo FHC em relação a esta questão da dívida externa.
Como reconhece o jornal O Estado de São Paulo: “O relatório divulgado ontem pelo Banco Central, segundo o qual o Brasil, pela primeira vez em 508 anos de história, deixa o papel de devedor e ingressa no seleto time dos credores do mercado internacional, é a consolidação de uma virada histórica.”
Para depois acrescentar: ” A explosão dos juros internacionais, que atingiu em cheio as nações mais endividadas, provocou a moratória nos anos 80. Como conseqüência, os investidores se afastaram do Brasil.
Nas décadas seguintes, o que se viu foi disciplina fiscal. O País aprendeu que, para ser atraente aos investidores estrangeiros, precisava melhorar suas finanças. Em troca de pacotes de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), teve de economizar mais. Apertou os cintos e conseguiu gerar superávit primário – a economia usada para pagar juros da dívida.”
Vamos lembrar que em 1994 a dívida externa era de US$ 88,2 bilhões e não parou de crescer até atingir em 2000, ou seja ao cabo de 6 anos de governo tucano, a astronômica cifra de US$ 190,3 bilhões de dólares.
Qual foi o superávit primário entre 1994 e 1998, primeiro mandato de FHC?
Qual foi o custo para o Brasil do populismo cambial durante esses anos?
Quanto foi torrado das reservas do BC para permitir assegurar a reeleição de FHC em 1998 e proceder a uma devaluação depois, imposta pela fuga do capital externo?
Sem maniqueismo, pois é verdade que o PT teve que adequar seu discurso e foi mudando de posição entre o radicalismo inicial em 1980 e a postura clara assumida na “Carta ao povo brasileiro” em 2002. Como também é verdade que particularmente nos dois últimos anos de FHC, Malan começou uma ativa política de redução do peso da dívida externa, de superávit primário e de ajuste fiscal.
Mas sem escamotear que o mérito principal desta “virada histórica” é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, operário metalúrgico e do governo do PT.
Luis Favre


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