domingo, 8 de julho de 2012

TOBOLARANJA!

VEREADOR ARNALDO NASCIMENTO (PDT), O MISTÉRIO ESTÁ RESOLVIDO!
PROF. ARNALDO QUE SOLICITOU NA SESSÃO AO VEREADOR NEGO VALTER (PSB), PARA APRESENTAR O EMPRESÁRIO DO TOBOÁGUA DA ENSEADA AOS VEREADORES, FICARÁ SURPRESO COM A MATÉRIA A SEGUIR....



ASSESSOR DO VEREADOR PAULISTA JUSCELINO GADELHA (PSD) É DONO DOS TOBOÁGUAS NO LITORAL.


Gadelha admite contrato com assessor
Jornal O Estado de São Paulo


Cinco dias após o Estado pedir explicações ao vereador Juscelino Gadelha (PSD) sobre uma empresa náutica em nome do assessor lotado em seu gabinete como "garagista", com salário de R$ 23 mil, o vereador afirmou ter dois toboáguas no litoral cujo locatário é Alexandre Camargo Pereira. Gadelha nega irregularidade e apresentou a documentação e licenças de seu toboágua que funciona 70 dias por ano na Praia de Maranduba, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.


Por que o senhor colocou o nome do assessor no toboágua?


Eu estava me separando e precisava de alguém de confiança. Foi só por isso, ele é o locatário. Tenho as licenças da Marinha, da prefeitura de Ubatuba. Está tudo correto. Não tenho nada a esconder.


Mas os lucros voltam para o senhor. Não é estranho?


Não tem nada a ver a vida privada do meu assessor com o trabalho em gabinete. Ele é uma pessoa de confiança. O fato de ele aparecer na lista de salários como garagista, com salário de R$ 23 mil mensais, é um absurdo mesmo e não escondi meu erro. Desde o início, levantei minha mão e assumi que o assessor era meu. Eu mesmo me autodenunciei. Depois, na questão da empresa, houve um erro de comunicação. Não expliquei antes porque estava reunindo a papelada para mostrar que não existe nada de fantasma.


O senhor tem um toboágua também na Enseada, no Guarujá. Esse equipamento também está em nome de seu assessor?


Sim. Ele é o locatário. Mas isso também não tem problema algum. Já disse que precisava de alguém de confiança.


O senhor vai devolver os salários do assessor? Quanto ele vai ganhar a partir do próximo mês?


Vou devolver tudo, estou só esperando o cálculo dos dois meses que ele recebeu errado. O salário correto dele é de R$ 7 mil.


Como pode um garagista ganhar mais que Dilma?


Agora que o Portal da Transparência, graças à recém implantada Lei de Acesso à Informação, está divulgando os salários dos servidores públicos, a começar pela presidente Dilma Rousseff e seus ministros, estamos tomando conhecimento de alguns absurdos perpetrados com o nosso dinheiro, casos que já repercutiram até na revista inglesa "The Economist".


O exemplo mais escandaloso é o de um garagista da Câmara Municipal de São Paulo, o novo marajá Alexandre Camargo Pereira, 37 anos, que os repórteres do "Estadão" encontraram trabalhando como assessor parlamentar no gabinete do vereador Juscelino Gadelha (PSB).


O salário do servidor informado pelo site da Câmara é de inacreditáveis R$ 23.206,96. Ao receber o holerite, Alexandre não estranhou os valores depositados em sua conta. Deve ter achado tudo muito normal, e não reclamou, claro. Lá na Câmara, afinal, muita gente ganha altos salários há muito tempo e ninguém pergunta nada para ninguém.


O que mais me chocou nesta história foi comparar o salário do garagista com o da presidente da República divulgado pelo Portal da Transparência. Segundo a "Folha" desta quinta-feira, a presidente Dilma recebeu de salário, para cuidar do país, exatos R$ 19.818,49 em maio.


Num país normal, nenhum servidor público poderia ganhar mais do que a presidente da República, mas os ministros Guido Mantega e Miriam Belchior, por exemplo, ganham R$ 36,3 mil por mês por participarem de conselhos de estatais.


Claro que Alexandre não é um caso único. Assim que todas as repartições públicas e casas legislativas colocarem e abrirem os dados no Portal da Transparência, poderemos constatar que os abusos constituem a regra e não uma ou outra exceção.


Na própria família do garagista há outro caso: o coordenador dos motoristas da Câmara Municipal é Joaquim Nabuco Pereira, pai de Alexandre. Salário: R$ 17 mil por mês. Os 55 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo têm um salário mensal de R$ 7,2 mil. Tem lógica isso?


Chamados de "gatos gordos" pela "The Economist", os garagistas da Câmara despertaram a atenção também do prefeito Gilberto Kassab, em final de mandato, já pensando numa nova ocupação após deixar o cargo. "Acho que vou arrumar um emprego de garagista na Câmara", brincou o prefeito.


É por isso que membros do Judiciário e associações de servidores de todas as áreas resistem à divulgação de seus salários, alegando riscos à segurança, e prometem ir à Justiça. Eles devem ganhar salários tão altos e fora dos padrões do mercado que certamente temem sofrer sequestros ou pedidos de ajuda de parentes, só pode ser isso.


O leitor há de perguntar como é possível chegarmos a valores como os que são pagos na garagem da Câmara Municipal? Ninguém controla isso? Como se chega a esta verdadeira festa do caqui no uso de recursos públicos? Os repórteres Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli foram atrás das respostas e levantaram a história do marajá.


Alexandre foi contratado, sem prestar concurso, em 2005, como assessor parlamentar do vereador Juscelino Gadelha, mas nunca trabalhou para ele como motorista. Gadelha é um dos poucos vereadores que dirige seu próprio carro.


Então o que faz o dito cujo para justificar salário tão alto? Definido como um "faz-tudo", os colegas informam que ele "ajuda tanto a descarregar caixas que chegam como a elaborar ofícios". Ah, bom, que beleza..., como diria o Milton Leite.


E o que diz o seu chefe, o vereador Gadelha? "Foi um erro, um erro meu. Eu assumi o erro. Ele vai ganhar R$ 7 mil já a partir do próximo mês. Recebeu errado uns dois, três meses. Vou resolver isso agora (...) Se ele não quiser devolver, eu vou pagar do meu bolso".


O curioso é que Juscelino Gadelha só agora, depois de Alexandre ser encontrado pelos repórteres, descobriu que havia alguma coisa errada em seu gabinete. Não estranhou, por exemplo, a doação de R$ 2,5 mil que o garagista "faz-tudo" entregou para a sua campanha à reeleição como vereador, em 2008.


Aguarda-se agora que o Supremo Tribunal Federal, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal sigam o exemplo do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto (PSDB), e coloquem os salários de todos os seus servidores no Portal da Transparência. A lei, afinal, é para todos. A Presidência da República já tomou esta providência. 

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