terça-feira, 4 de março de 2014

PAI ENTREGA O FILHO À POLÍCIA POR FURTO DE CELULAR!

PAI ENTREGA O FILHO À POLÍCIA POR FURTO DE CELULAR EM GUARUJÁ
O GAROTO DIZ QUE APRENDEU A LIÇÃO. SEGUNDO ELE, O ROUBO FOI POR IMPULSO. "EU ESTAVA LÁ E COMEÇOU UM ARRASTÃO. EU VI O CELULAR E PEGUEI. A IDEIA ERA VENDER"


Em Guarujá, cidade do litoral paulista campeã de assaltos no Estado em 2013, um pedreiro, pai de um adolescente de 16 anos, decidiu ir à polícia denunciar o próprio filho no feriado de Carnaval.

Tudo começou na noite de domingo, quando o garoto aproveitou a distração de uma motorista que estava no carro com um amigo, perto da praia de Pitangueiras, para roubar o celular dela.

"Saímos para dar uma volta de carro e falei: vou abrir só um pouco o vidro para não me roubarem. Quando vi, ele pegou o celular", relata a estudante Bruna Anconi, 23.

Após o roubo, o adolescente correu, mas foi flagrado por turistas, que tentaram pegar o Iphone da turista de volta. Em meio à confusão, ele jogou um celular na rua: mas era o dele mesmo, que havia ganho de presente do pai.

Foi Bruna quem avisou o pai do garoto sobre o ocorrido, usando os contatos que encontrou no celular jogado.

Os dois se encontraram na delegacia. "Ela perguntou: de quem é esse celular? E eu disse: é do meu filho", conta o pai, que não quis se identificar. "Quando soube [do roubo], troquei de roupa e vim correndo [para a delegacia]", conta.

Bruna diz que o pai do menino estava "desesperado e chorava". "Chegou a se oferecer para pagar meu celular", afirma Bruna.

Depois disso, o pai voltou para casa à procura do filho.

Na manhã seguinte, foi novamente à delegacia, ao lado da mulher e do garoto cabisbaixo. A reportagem encontrou todos eles na delegacia nesta segunda-feira (3).

O pai tinha as mãos trêmulas, e os olhos cheios de lágrimas. "Não tem como explicar. O que é dos outros não pode pegar. Ele tem que batalhar para ter suas coisas", diz o pai.

Segundo ele, foi a primeira vez que isso aconteceu. "Ele disse que foi pelos amigos", conta, visivelmente abatido. "Me ofereci para pagar. Ia fazer o quê? Ia ser caro, mas ia ter que pagar um novo, não tinha jeito."

Ao ver a atitude do pedreiro, Bruna diz que desistiu de levar o caso adiante na polícia. "Fizemos isso em consideração ao pai, que é um exemplo de honestidade."

Após ser liberado, o garoto diz que aprendeu a lição. Segundo ele, o roubo foi por impulso. "Eu estava lá e começou um arrastão. Eu vi o celular e peguei. A ideia era vender", conta ele.

Ainda na delegacia, já com o próprio celular de volta, o adolescente recebeu uma ligação: uma oferta de emprego. Agora, diz que irá fazer cursos e trabalhar.

"Aprendi que nessa vida não é para entrar, não. Pensei que ia cair na Febem", diz à reportagem.

Fonte: Folha de São Paulo

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