GAECO/MP E RECEITA FEDERAL DESARTICULAM FRAUDE FISCAL MILIONÁRIA COM RAMIFICAÇÕES NO GUARUJÁ
OPERAÇÃO FOI DEFLAGRADA NA QUARTA-FEIRA NO GUARUJÁ E NO ABC.
O CENTRO DA FRAUDE ESTÁ UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA QUE ATUAVA EM TODO O PAÍS E
PROMETIA UMA ESPÉCIE DE ASSESSORIA FINANCEIRA.
O Ministério Público de São Paulo informou ter desarticulado uma organização criminosa que vendia títulos da dívida pública sem valor a empresas interessadas em quitar dívidas com a Receita Federal.
Quatro pessoas foram presas em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e em Guarujá, no litoral, na manhã desta quarta-feira (11).
As prisões são temporárias valem por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. De acordo com o Gaeco (grupo especializado em crime organizado) do ABC Paulista, a organização criminosa operava o esquema havia ao menos cinco anos e causou prejuízo aos cofres públicos, pelo não recolhimento dos tributos, de até R$ 300 milhões.
A OPERAÇÃO
Uma empresa procurava clientes –empresas de médio e grande porte– com dívidas tributárias com a Receita, segundo os promotores, e lhes oferecia títulos da dívida pública por valores muito abaixo dos de face.
Títulos da dívida pública podem ser usados para compensação tributária junto à Receita, mas os títulos em questão não tinham valor.
Haviam sido emitidos, por exemplo, por diversos Estados brasileiros nas décadas de 1910 e 1920, e já haviam sido declarados inexequíveis pelos órgãos que os emitiram ou haviam prescrito.
A empresa –na verdade, uma organização criminosa, de acordo com o Gaeco – apresentava esses títulos à Receita, como se fossem quitar as dívidas.
Enquanto os processos de compensação tributária eram analisados, o grupo ganhava tempo para arrancar mais dinheiro de empresas vítimas e captar mais clientes.
Ao final, a Receita negava as compensações, as empresas vítimas perdiam o dinheiro que haviam investido nos títulos e ainda viam sua dívida com o Fisco aumentar, devido aos juros.
"SEM MILAGRE"
"Esta é a mensagem: não existem milagres. Não dá para quitar uma dívida de R$ 100 por R$ 30", disse o superintendente-adjunto da Receita Federal, Fábio Ejchel.
"Acaba acontecendo de o empresário ter que pagar duas vezes, para o estelionatário e para o Fisco também."
Caíram na fraude indústrias, transportadoras, hospitais e até clubes de futebol.
Segundo o Gaeco, uma decisão judicial proibiu a divulgação dos nomes das empresas e das pessoas suspeitas de envolvimento na organização criminosa.
De acordo com a promotora Mylene Comploier, uma empresa do Rio Grande do Sul, por exemplo, pagou R$ 20 milhões por créditos que não existiam.
O caso começou a ser investigado pelos promotores em outubro do ano passado, após denúncia de um empresário vítima da fraude. A Receita e a Polícia Civil também investigavam o esquema.
Como o Ministério Público não informou os nomes dos suspeitos, não foi possível localizar seus advogados.
A operação deflagrada nesta quarta-feira, que, além de efetuar as prisões, cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, foi batizada de "O Alquimista", em alusão à tentativa de transformar metais inferiores em ouro.
Fonte: Folhapress
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