CRÔNICA DA DENGUE NO JORNAL AÇÃO & REAÇÃO CAUSA GRANDE REPERCUSSÃO
AMIGOS, MÉDICOS, AUTORIDADES, POLÍTICOS MANIFESTAM SOLIDARIEDADE E MUITA INDIGNAÇÃO APÓS A PUBLICAÇÃO DA CRÔNICA DOS INCONFIDENTES
MORTES ANUNCIADAS: A DENGUE CHEGOU!
Uma criança autista de 10 anos com dengue é um grande bebê doente. Sem pronunciar nenhuma palavra, orgulhosamente sou pai de um autista, meu filho pegou novamente a doença. A solução é a remoção imediata para um grande hospital. Uma paciente desmaiada no sofá do mesmo hospital, essas e outras cenas de horror tiram o sono de qualquer cidadão.
Em Guarujá ninguém se espanta com a epidemia de dengue, surpreende é a criminosa omissão dos governos. Federal, Estadual e Municipal.
O que nos revolta é não conseguir, mesmo com uma liminar da Justiça, exames de alta complexidade, remédios, médicos e até mesmo aumentar os leitos nas emergências dos hospitais públicos e equipá-los. Continua tudo igual. Os postos de saúde municipais continuam abandonados. Alguns nem mesmo abrem aos finais de semana. As desculpas são sempre as mesmas. “O jogo de empurra de sempre, entre União, Estado e Município.”
Se hospitais não têm leitos, macas, equipamentos e médicos para lidar com a saúde cotidiana, o que dizer em tempos de epidemia de dengue? Em outubro de 2007, o ministro da Saúde, José Temporão, escreveu uma carta aberta alertando sobre o risco de haver mortes por dengue. É um roteiro digno de ficção cientifica. A verdade é que todos somos cúmplices passivos de um crime. A ficção invade novamente nossa cidade, Guarujá. A prefeita, secretários, rezam a todos os santos que mandem os mosquitos para o mar!
E a fortuna que a Constituição reserva à saúde? Havia no ano passado R$ 100 bilhões. Parte do dinheiro é desviada para propaganda de saneamento, assistência a servidores, fundo de previdência, aparelhos de ar condicionado, restaurantes populares. E há compras suspeitas, como a denunciada pelo site dos Inconfidentes (www.osinconfidentes.com.br), 11 milhões de comprimidos Captopril de 25 g. Seriam necessárias 15,2 mil pessoas consumindo uma caixa por mês para esgotar o estoque em 360 dias, lembrando que a prefeitura está novamente comprando após 12 meses. Enquanto sobram nas farmácias populares Dipirona, compramos mais de 1 milhão de frascos em Guarujá, 54 mil brasileiros com câncer estão na fila de espera da radioterapia, e a demora pode chegar a seis meses.
Vendida por ambulantes nas balsas, virou um sucesso a raquete elétrica que promete dar choque nos mosquitos e queimá-los. Era vendida por R$ 10 no início do ano, e já custa o dobro. Os camelôs poderiam inventar uma raquete que fritasse os culpados pelo caos na saúde pública.
