11 ANOS PASSARAM,AINDA SEM RESPOSTAS..
INCONFIDENTES ABREM A CAIXA PRETA DE GUARUJÁ!
DOW QUÍMICA ONDE ESTÃO NOSSOS PEIXES?

“Os peixes sumiram, a água está contaminada, não tenho mais de onde tirar meus sustento como pescador"
Enquanto o mundo fala de Emissão de Gases, reunião em Copenhague, velhos problemas continuam. Empresas e Terminais privados que lavam porões de navios, contêineres sem cuidar dos efluentes altamente nocivos ao homem e a vida marinha.
Em janeiro de 1998, o Greenpeace denunciou a contaminação por tetracloreto de carbono e clorofórmio encontrados nos efluentes da planta da Dow, localizada no Guarujá , no estado de São Paulo.
A postura da companhia foi negar a possibilidade de dano ambiental. Mesmo após dois anos da denuncia, a Dow recusa-se a pronunciar-se publicamente sobre o assunto.
“Os peixes sumiram, a água está contaminada, não tenho mais de onde tirar meus sustento como pescador, Hoje luto por um futuro melhor para meus filhos, não quero dar a eles a vida que tive, vendo a minha maior riqueza, o estuário do Guarujá, ser destruído pela poluição”.
Newton Rafael Gonçalves é pescador caiçara, secretário geral da UNIPESQ e morador a mais de 44 anos do síto Conceiçãozinha, fundado em 1898 e localizado ao lado da planta da Dow Química no Guarujá, litoral do estado de São Paulo.
SANTO AMARO
Um rio que está morrendo
Texto: Paulo Mota
GUARUJÁ - Já foi um rio importante, por onde entravam as expedições dos colonizadores para conhecerem o interior da ilha. Foi um dos pontos-bases de abastecimento da área e o remanso formado por sua embocadura, no estuário, servia para guardar, com segurança, embarcações de médio porte.
Nada disso, entretanto, garantiu ao velho Rio Santo Amaro, o mais característico curso de água de Guarujá, a respeitabilidade exigida. E hoje, cinco séculos após o início da colonização, ainda tendo importância econômica para a área, o Santo Amaro é um rio agonizante.
Além da fábrica e dos estaleiros, ali estão o Iate Clube de Santos, um dos maiores e mais sofisticados do País, e a Garagem Náutica do Corpo de Bombeiros, onde são centralizadas as operações de salvamento na região. Some-se a isso a presença, a pouco mais de 200 metros, de uma das unidades da Dow Química, e tem-se uma idéia de como o velho Santo Amaro é afetado no pequeno espaço da sua embocadura.
Danos - Tal concentração, naturalmente, não se faria sem sérios problemas para a sobrevivência do rio. Os poucos peixes e crustáceos que sobrevivem não servem para o consumo, tal o grau de contaminação por produtos químicos diversos, desde óleos combustíveis, até metais líquidos pesados, que, segundo dizem, provêm da Dow Química ou do porto.
A Garagem Náutica dos Bombeiros existe há 30 anos no local, mas há cerca de 10 os salva-vidas deixaram de fazer treinamentos na área. "Quem mergulhar, aí, arrisca-se a ter sérios problemas de pele. E, se engolir um pouco de água, sabe-se lá o que pode contrair", afirmou um veterano policial militar. Lembrou que, até há poucos anos, um professor da Universidade de São Paulo, que pesquisava a qualidade da água ao longo do rio, deixou de coletar amostras naquele trecho. "Ele disse que não havia necessidade de se fazer análises químicas para se atestar o grau de contaminação do rio por aqui"
Passivo ambiental
Da Redação
Segundo o estudo, e como sustentam as campanhas publicitárias que propagam a revitalização do meio ambiente da Baixada, houve recuperação ambiental do estuário. Essa afirmação, no entanto, é contestada pelo engenheiro químico e perito do Ministério Público (MP) Élio Lopes: "Não se pode falar em recuperação. O que houve foi uma redução da carga poluidora". Efetivamente, em termos de volume, houve uma diminuição significativa dos poluentes lançados no sistema estuarino: os orgânicos sofreram redução de 93%, e a emissão de metais pesados caiu 97%.
Mas esses valores isolados, e mesmo se consideradas algumas melhorias dos ecossistemas aquáticos da região, como o aumento do número de aves, não são suficientes para atestar recuperação ambiental.
O caso que merece destaque é a situação do rio Santo Amaro, no Guarujá, que desemboca na porção externa do estuário de Santos depois de receber os efluentes da Dow Química.
Nessas áreas, segundo as amostras coletadas, a maior variedade e freqüência de poluentes foram detectadas nos sedimentos, o que indica uma contaminação passada, ou passivo ambiental, das indústrias.
Pesca improdutiva
Espremida pela maciça ocupação industrial da região, a comunidade de Sítio Conceiçãozinha tem hoje apenas 300 metros de abertura para as águas do estuário. Dali, a paisagem predominante é a das máquinas dos terminais portuários do canal de Santos. Porém, mais desolada é a vista das palafitas erguidas sobre o mangue. "Isto aqui era um sítio. Havia banana, mexerica. Hoje, é uma favela", diz, desconsolado, Ilson Vaz, morador local há 45 anos. Como muitos ali, trabalha como estivador, no terminal da Cosipa. Outros tantos vivem unicamente da pesca, atividade com a qual sustentam suas famílias. Direta ou indiretamente, pescadores e estivadores dependem das águas do estuário.
Essa é a situação da comunidade, estabelecida nessa área há mais de cem anos. De uma forma ou de outra, depende do emprego gerado pelas mesmas indústrias que degradam seus meios de subsistência. O Sítio Conceiçãozinha situa-se próximo à foz do rio Santo Amaro, que recebe poluentes da Dow Química. As amostras de sedimento do local apresentaram contaminação por vários metais pesados, além de BHC e PAHs. Um requerimento exigiu o posicionamento da empresa quanto aos dados apontados pelo relatório da Cetesb e a denúncias das organizações não-governamentais (ONGs) Greenpeace e Coletivo Alternativa Verde (Cave), que motivaram, em 1998, uma representação contra a Dow no Ministério Público Federal.
O relatório da Cetesb sobre as condições de contaminação do estuário e dos rios que nele desembocam só comprova o que populações como a do Sítio Conceiçãozinha experimentam no cotidiano. "Quando se pergunta a qualquer pescador dessas áreas, todos têm uma só opinião: a poluição acabou com o pescado", afirma Valton Bezerra, da União de Pescadores de Conceiçãozinha. Com isso, os cerca de 230 pescadores da comunidade precisam cada vez mais se afastar da costa, em direção ao alto-mar, em busca da antiga produção. Mesmo assim, a poluição já atingiu o Farol da Moela e a Laje de Santos. Segundo Newton Rafael, morador de Conceiçãozinha desde que nasceu, há 51 anos, os siris e os camarões praticamente desapareceram. "Com certeza por causa da poluição química das indústrias", diz ele.
Não bastasse a escassez, o consumo de peixes e frutos do mar também tem diminuído devido à possibilidade de contaminação. "Eu mesmo só como pescado de fora do estuário", confessa Ilson Vaz. E tudo isso acabou por trazer mais dificuldades aos pescadores, muitos dos quais, segundo Newton Rafael, foram obrigados a penhorar seus barcos.
Não se pode desprezar a ação industrial como a principal interferência nesse processo. A Dow Química alegou que o estudo da Cetesb "não permite identificar de maneira conclusiva, nesta fase, a efetiva origem dos agentes poluidores encontrados em todo o estuário". Esse dado é contestado pela gerente da divisão de análises hidrobiológicas da Cetesb, Marta Lamparelli. "Houve associação entre fontes e poluentes nos casos da Dow e da Cosipa", afirma ela. Outra grande responsável pela contaminação do sistema estuarino da região, a Cosipa, nem mesmo se manifestou sobre o assunto.
O fato indiscutível é que o estuário e os rios da região encontram-se profundamente degradados. "A carga remanescente é alta o suficiente para manter a taxa de contaminação elevada", afirma o médico Eládio Santos Filho. Em vez de apontar culpados, a única iniciativa possível para a reversão do quadro é as indústrias assumirem o problema como global e investirem conjuntamente na recuperação ambiental, e não apenas no controle das emissões.
Questão de saúde
Aziz Nacib Ab’Sáber, geógrafo e professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), mantém-se cético sobre a recuperação da região. "Acabar com o problema é impossível", diz ele. "No caso de Conceiçãozinha, somando-se o número crescente de pessoas, o descaso do governo e o espaço estagnado do mangue, anuncia-se uma grande tragédia humana", completa o professor.
Para Newton Rafael, "quem perde o meio de subsistência, perde a dignidade". Essa frase sintetiza a situação dos moradores daquela comunidade e de outras que dependem da pesca e da coleta de animais na área do estuário e nos rios da região. À Cetesb cabe, em curto prazo, fiscalizar as empresas e estabelecer parâmetros restritivos à emissão de poluentes, através de mais estudos. "Estamos instalando sistemas de monitoramento contínuo nas indústrias e dando prosseguimento às avaliações da região", afirma Jorge Moya.
Outro órgão governamental envolvido, o Ministério Público, deve zelar para que os crimes ambientais cometidos na região não venham a se repetir. "Estamos efetuando investigações para a tomada de eventuais providências jurídicas", garante o procurador Antonio Daloia.
É escassa a legislação brasileira sobre saúde relacionada a os efeitos da poluição. A própria resolução 20 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), datada de 1986, que serviu de referência para muitos dos parâmetros adotados no estudo da Cetesb, não é suficiente diante dos efeitos da contaminação industrial.
Diante disso, torna-se urgente a elaboração da avaliação de risco recomendada pela Cetesb aos órgãos de saúde. Devem integrar o trabalho estudos sobre os hábitos alimentares das comunidades e exames que verifiquem a contaminação a que foram submetidas essas populações, especialmente através da ingestão de organismos afetados. "A via de ingestão é realmente preocupante", sustenta Marta Lamparelli. Por essa razão, está sendo constituído um grupo de trabalho formado pela Cetesb, pelo Centro de Vigilância Sanitária (CVS) e pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE). "É um caso complexo, ainda mais por se tratar de uma área metropolitana", diz o diretor de Meio Ambiente do CVS, Sérgio Valentim. "Nosso objetivo é proceder à caracterização das fontes poluidoras e das populações para definir que iniciativas podem ser adotada
s em benefício da saúde pública", complementa.
Enquanto isso, os pescadores e suas famílias continuam convivendo com a poluição e seus efeitos, à espera de soluções que, neste caso, dependem não só do poder público, mas principalmente "da boa vontade" de grandes grupos industriais.
ñ é so a dow quimica q é culpada pela poluiçao, sei disso pq trabalho no pier da dow quimica do guaruja, e vejo todo dia qdu a mare esvazia centena de lixos domesticos como por exemplo pacotes de alimentos, embalagens de cosmeticos, ja vi ate televisao, sofa, cama, resto de alimentos, ou seja as proprias pessoas do sitio coceiçaozinha jogam esse lixo no mar e depois fica ae reclamando q os peixes sumiram, q ñ dar mais pra pescar sendo q eles proprios jogam seus dejetos e lixo domestico no mar, aff pelo amor de deus né!!!!!!! fico indguinado com isso, ñ estou defendendo a dow quimica mais tambem ñ podemos botar a culpa inteira nela
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