HISTÓRIAS DO CUBATÃO
O COVARDE ASSASSINATO DO PREFEITO ABEL TENÓRIO DE OLIVEIRA EM CUBATÃO!
PARENTES E AMIGOS DO VEREADOR ARISTIDES LOPES DOS SANTOS
IRIAM VINGAR-LHE A MORTE. CONSTANTEMENTE FAZIAM TAL AMEAÇA. AFONSO LOPES DOS
SANTOS, FUNCIONÁRIO DO DER E IRMÃO DO EDIL ASSASSINADO JURAVA A MORTE DO
PREFEITO.
Vingança: Na noite de sábado último Na noite de sábado último (23/05/1964), comemorando o Dia da Indústria, transcorrido ontem, o Lions Clube de Cubatão promoveu sessão solene na sede do E.C. Cubatão, à rua Joaquim Miguel Couto, nº 329, ocasião em que o prefeito Abel Tenório de Oliveira, alvo de homenagem, recebeu uma estatueta de bronze.
Pouco depois das 23:30 horas, terminada a solenidade, o prefeito deixava a sede do clube acompanhado de seu secretário Marcelino Nunes Cruz e da esposa deste, Cecília Duarte Cruz, brasileira, de 37 anos de idade, residente o casal à rua Antônio Lemos n. 64.
Já no meio do passeio, Abel Tenório foi seguro pelos braços por dois adolescentes, agora identificados como Carlos Lopes dos Santos, de 17 anos de idade, e Roberto Lopes dos Santos, de 15 anos, ambos filhos do falecido vereador Aristides Lopes dos Santos.
Ao sentir-se seguro, Abel tentou desvencilhar-se, descendo com os dois o meio-fio, sem notar que por trás surgia Afonso Lopes dos Santos empunhando um revólver. Vendo seguro o prefeito pelos sobrinhos, desfechou um tiro nas costas de Abel, que sentindo-se ferido, conseguiu libertar-se dos rapazes e sacar ainda de um de seus revólveres, um "Smith and Wesson" de calibre 32.
Entrementes, Cecília Buarque Cruz, talvez atemorizada com a cena, correu para o meio da rua, procurando fugir, mas foi infeliz, pois ficou como alvo do revólver de Afonso que, no momento, dava ao gatilho pela segunda vez. O projétil foi acertar na perna esquerda da mulher, que soltou um grito e correu em direção de Abel Tenório, no mesmo instante em que, já gravemente ferido, conseguiu sacar o revólver e fazer dois disparos, um dos quais acertou em Cecília, em pleno baço, indo o projétil alojar-se no coração.
A essa altura, Afonso saltou por sobre Cecília e aproximou-se de Abel, que, perdendo as forças, tombou de bruços e recebeu mais três tiros, dos quais dois na cabeça e um nas costas, fulminando-o.
Levada agonizante para o Pronto-Socorro de Cubatão, Cecília veio a falecer antes mesmo de chegar ao dispensário.
Sepultamento - Na tarde de domingo, saindo do necrotério da Santa Casa, realizaram-se os funerais de Cecília Duarte Cruz às 16 horas, no cemitério da Filosofia, e de Abel Tenório, às 17 horas, na necrópole do Paquetá, ambos com grande acompanhamento.
Inquérito - O inquérito instaurado na Delegacia de Cubatão e presidido pelo Dr. Fernando Marreiros Sarabando tem prosseguimento, com depoimentos de testemunhas oculares e declarações prestadas pelos dois menores, sobrinhos do criminoso, que confessaram suas participações no crime, procurando imobilizar Abel Tenório enquanto o tio o feria pelas costas.
Em poder de Abel Tenório a polícia apreendeu 2 armas de fogo: um revólver "Smith and Wesson" de calibre 32, com 2 cápsulas deflagradas, e uma pistola "Bereta" de calibre 6,35 mm, com a carga intacta.
Na ocasião em que estivemos na Delegacia de Cubatão, cerca das 17 horas, o Dr. Fernando Sarabando aguardava a remessa dos laudos da Polícia Técnica e do Gabinete Médico-Legal, duas importantes peças que melhor servirão para instruir o inquérito.
Um reforço de 12 soldados do 6º BP da Força Pública encontrava-se em Cubatão, unindo-se aos 15 homens que compõem o efetivo do destacamento local.
Apesar da natural repercussão que o crime provocou em Cubatão, o ambiente era calmo naquela cidade, em luto oficial decretado pelo sangrento acontecimento e feriado municipal o dia, pelo transcurso do Dia da Indústria, o que levou o comércio a permanecer fechado.
Fonte: Novo Milenio
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