quarta-feira, 16 de abril de 2014

O POLÍTICO ERRADO!


"ESSAS ARTICULAÇÕES POLÍTICAS COM FINS ELEITOREIROS É A ESSÊNCIA DA CORRUPÇÃO."
por Manoel Antonio Vergara

Uma terça-feira chuvosa, sombria começava as 06:00 onde já pulava da cama para encaminhar os meninos as escolas. Havia um cheiro no ar que o dia não seria agradável, passa da 00h00 e como sempre não me enganei.

A indignação começa com a nomeação de uma moça, querida, mas infelizmente os crápulas de plantão, tendem a fazer as coisas erradas. Por que nomear a moça na Prefeitura de Guarujá, seria uma economia aos bolsos para não pagarem um justo salário por quem tanto se dedicou? Enfim, a tarde os telefones tocam, amigos, políticos, adversários do grupo que se forma para saquear quem sabe daqui a dois anos, os combalidos cofres públicos de Guarujá, cobrando uma posição sobre o caso.

Não vou expor a nomeada, gosto dela, sempre me tratou com carinho, muitos se desapontam, mas estou numa fase agora de comprar as minhas guerras e não as dos outros. Nesta cidade de covardes, a grande maioria gosta de "bater como um gato", que esconde-se atrás de uma arvore para não aparecer.

Passado o momento "comissionado", novamente os telefones tocam. Um amigo liga o telefone diretamente da plenária da Câmara Municipal e pede para escutar o discurso no nosso vereador Castro Alves, o erudito. O vereador defendia um colega de outro partido, que num ato de insubordinação perdeu seus carguinhos comissionados, votou a favor da instalação de uma das centenas de Comissões Processantes Natimortas, esta em especial atingia a "GRANDE CLEÓPATRA", a Rainha do Rio Santo Amaro. 

Para quem não sabe, Cargos Comissionados são aqueles que todos vereadores juram que não possuem, mas uma rápida lida na listagem de comissionados, identificamos pais, mães e filhos, todos ligados aos nossos Parlamentares. Começo a dar risadas e penso: - "Deve ter lideres na Câmara se coçando..."

Enfim, a política em Guarujá é uma piada, as moscas mudam, mas...deixa pra lá. A pressão arterial começa a subir, abro a gaveta de remédios e acabo tomando o medicamento errado. Pior, acabei me drogando com um dos comprimidos do meu querido filho Autista. A sensação é fantástica, o cérebro desacelera e começo a pensar e ver uma viagem como num "Film Noir", típico dos anos 20 em Guarujá e fico imaginado uma pequena história, como uma Crônica de Fernando Veríssimo, sobre um dos nossos políticos da ilha, um dos atrapalhados de plantão,:

Nosso político acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
- Tudo perfeito - diz a enfermeira, sorrindo.
- Eu estava com medo desta operação...
- Por quê? Não havia risco nenhum.
- Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de erros...
E conta que os erros começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário da maternidade pública, e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês na favela.
- E o meu nome? Outro erro.
- Seu nome não é Lídio?
- Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e...
Os erros se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista. 
- Há anos que a minha conta do celular vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
- O senhor não faz chamadas interurbanas?
- Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
- Por quê?
- Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
- O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
- Se você diz que a operação foi bem...
A enfermeira parou de sorrir.
- Apendicite? - perguntou, hesitante.
- É. A operação era para tirar o apêndice.
- Não era para trocar de sexo?

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