quarta-feira, 23 de julho de 2014

UM MOMENTO HISTÓRICO NO GUARUJÁ!


MOMENTO HISTÓRICO NO GUARUJÁ!
por Solange Rua da Silva - Facebook

Hoje, testemunhei e participei de um momento histórico na cidade do Guarujá.

Nós professores, fomos à Câmara Municipal do Guarujá para evitar a votação de um projeto inaceitável: correção da tabela e reajuste de 0,5%, e que se tornou motivo de desavença entre as categorias. Conseguimos o apoio de todos os vereadores, TODOS MESMO, que decidiram votar, aprovando a correção da tabela, mas não o reajuste! Questão, como coloquei acima: estava dividindo as classes trabalhistas.

A Guarda Municipal, uma dessas categorias, que chegou à Câmara hostilizando os professores e querendo que os vereadores votassem o projeto, já que a promessa de correção das tabelas se estendia por mais de um ano e meio, depois de muitas agressões verbais(claro que sempre há exceções) contra os professores, ao final uniram-se a nós num só grito: 'O servidor unido jamais será vencido!' Já não era mais professor X guarda municipal ou qualquer outra categoria, tornamo-nos um só. Foi um momento emocionante, pois nós professores lavamos a alma, já que estávamos sendo apontados como vilões, e finalmente passávamos a ser compreendidos.

Os vereadores ficaram ainda mais convictos de sua decisão, de não votar o projeto como estava: tabela mais reajuste(0,5%), após telefonema da nossa prefeita, que em tom ameaçador lhes disse que se não votassem o projeto, ela nem teria o trabalho de olhar a 'folha'. O vereador disse ao microfone, para nós que ocupávamos todo o plenário, que foi uma ameaça velada... Não foi velada não, foi bem direta e claríssima!

Então, é essa a nossa prefeita, que de forma autoritária, arbitrária, ameaça os vereadores e tem ameaçado a nós professores. Os vereadores, por unanimidade, votaram apenas a correção das tabelas e irão abrir discussão para o índice de reajuste, a partir de amanhã. E deixaram mais do que claro, falando abertamente sobre a conduta ditatorial da prefeita, que eles não mais aprovarão, ou se intimidarão, com tal comportamento.

Eles também destacaram o momento como histórico, em que a força da união do povo foi decisiva para a convicção de seus votos. Foi curioso ver a oposição e a situação lado a lado, numa só voz. À parte todos os possíveis interesses políticos envolvidos, o que venceu foi a vontade do POVO!

Vale também destacar um momento em que um dos vereadores lê um discurso da nossa prefeita, quando ainda era vereadora, em que ela defende fervorosamente um aumento decente para os servidores. Que só com uma boa remuneração conseguiríamos profissionais de qualidade; que os salários estavam defasados e 'correção das tabelas' era algo que não se discutia, Se FAZIA. Dizendo ainda que só... 7% de aumento era um absurdo! Que o aumento deveria ser muito maior!... Isso, naquela época. Agora, 2014, nós professores estamos pedindo 8%, que nada mais é que o índice da inflação. Nem dá para considerar aumento, pois nem é, apenas evita o achatamento do nosso salário. Onde foi parar todo esse idealismo, esse discurso em favor do trabalhador, toda essa disposição para caminhar ao lado dos direitos do povo, defendendo seus interesses? Se perdeu na poeira da síndrome do poder?

Ainda na câmara, ficamos sabendo que panfletos eram distribuídos à população, caluniando os professores e tentando acabar com a legitimidade da greve. Então, agora será a nossa vez de panfletar, explicando à população exatamente quem são os vilões desta triste história; esclarecendo reportagens tendenciosas, desfazendo calúnias sobre o nosso real salário, desmascarando a prefeita e aqueles que a apoiam, como o chefe de gabinete que se prestou a um papel ridículo, fazendo pressão psicológica em cima da categoria. "Professor" Cândido... agora SÃO 83% DE PROFESSORES parados. Que tal? Agora a insatisfação ficou mais clara?! Se considerarmos o caso daqueles professores que só não estão parados por não terem estabilidade, mas apoiam a greve, subimos o número para 93%!!!

Fazia tempo que não sentia orgulho em ser professora, orgulho da minha classe, orgulho da força do povo, que quando se une em direção a um objetivo comum torna-se imbatível!

Estou cansada, já que desde segunda feira saio de casa às 6 e volta às 17(certamente dar aula é menos cansativo e mais prazeroso) mas o cansaço é só físico, pois a alma está jubilosa!

Claro que ainda temos que esperar a palavra da nossa excelentíssima prefeita, mas já temos a união das categorias, o apoio de TODOS os vereadores, e uma adesão incrível de professores.

A greve continua, pois ainda temos uma longa jornada. Não podemos retroceder agora.

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