MORADORES PEDEM SOCORRO NO GUAIÚBA
BANDIDOS INVADEM CASAS E AMEAÇAM CASEIROS E PROPRIETÁRIOS.
Cansados de aguardar policiamento ostensivo no bairro, principalmente nos finais de semana, quando marginais se aproveitam que os imóveis estão bastante ocupados, moradores do Jardim Guaiúba, em Guarujá, resolveram usar as redes sociais para alertar os vizinhos e, literalmente, pedir socorro às autoridades.
Como exemplo da ousadia dos bandidos, um dos moradores relatou, com detalhes, o que ocorreu no Dia do Trabalho (1º de Maio), quando mais uma casa foi assaltada, na Avenida Ariovaldo Reis, por volta das 23 horas, surpreendendo um casal de caseiros e uma amiga, que estavam voltando de um culto religioso.
Segundo conta o internauta, os moradores foram rendidos ao entrarem em sua casa, por quatro marginais, um deles armado com revolver prata cromado, e três menores, dois com facas. Os donos do imóvel não estavam em casa e, felizmente, nenhuma das vítimas sofreu qualquer dano físico.
Os ladrões levaram tudo que encontraram pela frente: TV, som, pranchas de surf, roupas, telefones, louças e faqueiros, uma bicicleta, e outros equipamentos e utensílios. “Tudo foi transportado no carro do filho do caseiro, que na ocasião foi surpreendido dormindo em sua cama”, disse o internauta, que chegou a colocar a identificação do veículo na postagem, tamanha indignação.
Segundo conta, os marginais estavam escondidos na esquina da Rua Lino da Cunha Leal, atrás do lixão vegetal, cujas fotos foram enviadas à Sociedade Amigos do Guaiúba (SAG). “A Polícia Militar, depois de avisada do roubo, levou mais de 25 minutos para chegar ao local. Foi feito boletim de ocorrência. O Jardim Guaiúba continua péssimo em matéria de segurança”, conta o morador.
Finalizando, o morador sugere que a Polícia Militar coloque, de imediato, uma Base Móvel Comunitária, junto à sede da SAG, na Praça Walter Belian, entre às 18 e 20 horas, todos os dias.
Outros moradores
A postagem do morador (cuja identidade foi preservada) foi o bastante para que outros vizinhos também se manifestassem. Um deles afirma que o bairro é ‘terra de ninguém’ e que todos ficam dentro de casa, com medo de colocar até o lixo na rua em função dos assaltos. “Não tem jeito. Tem que colocar câmeras de monitoramento em todas as ruas e uma viatura rondando o tempo todo”, sugere.
Apesar de segurança pública ser uma incumbência do Estado e não do Município, um vizinho postou o seguinte: “Vamos todos pagar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em juízo”. Ele foi acompanhado por outra vizinha, que escreveu na rede: “Temos nossos filhos e eles são prisioneiros, pois não podem andar pelo bairro, seja passeando a pé ou de bicicleta. É horrível viver assim”.
SAG
Procurada ontem, a secretária da SAG, Elessandra Rodrigues Calixto, ratificou o que vem ocorrendo no bairro e diz que a situação é desesperadora. “Toda semana acontece um assalto. Já estamos aguardando quem será a próxima vítima. Os bandidos estão agindo sem qualquer preocupação. Fizemos reuniões com a polícia e com as autoridades, mas ninguém toma qualquer atitude para minimizar o problema”, conta.
Elessandra revelou que, recentemente, numa assembleia da entidade, mais de 260 pessoas assinaram um documento solicitando o fechamento de alguns acessos e até a implantação de um posto da polícia militar na entrada do bairro. “Não queremos tornar o bairro um condomínio fechado, mas os bandidos estão fugindo pelos morros do entorno. Os moradores se prontificaram a bancar a construção do posto. Precisamos, na verdade, mudar essa situação”, disse.
Polícia
O Diário do Litoral tentou ouvir o comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo para saber se existe a possibilidade de aumentar o policiamento no bairro e a instalação de um posto policial, conforme reivindicação dos moradores. Até a manhã de ontem, nenhuma resposta foi encaminhada à Reportagem.
Fonte: Diário do Litoral